Nosso corpo não é preparado para sofrer cirurgia e estas acabam resolvendo uma consequência resultante de um fator agressor, que causou certa patologia. A cirurgia resolve a consequência da patologia existente, não elimina a causa responsável pelo surgimento da patologia, por isto, após a cirurgia a consequência está solucionada, porém se o fator causal não for eliminando outras consequências surgirão próximo ou até mesmo no local da cirurgia.
Exemplos:
- Hérnia de Disco: a herniação de um disco intervertebral causada em decorrência de uma disfunção postural, o procedimento cirúrgico realiza a substituição deste disco por uma prótese, eliminando a compressão medular, porém se a disfunção postural (causa da herniação/fator agressor) não for corrigida, outros discos poderão anos depois invadir o canal medular, na mesma ou em outra região da coluna. Fato real: uma paciente com histórico de cirurgia de hérnia lombar há 10 anos não passou por atendimento fisioterapêutico após cirurgia, atualmente esta paciente tem duas hérnias na coluna cervical, além de processo degenerativos nas vértebras.
- Síndrome do Túnel do Carpo: compressão das estruturas nervosas e vasos que ocorre na região do túnel (faixa fibrosa que guia a passagem destas estruturas que passam na região do punho) , a compressão destas estruturas pode ocorrer em vários pontos do seu trajeto, desde da cervical até o punho; os sinais desta compressão são: perda de força no membro, na mão e formigamento. A cirurgia para descompressão destes nervos é realizada no punho. A causa desta patologia é decorrente de uma alteração postural, que se não for tratada o paciente continuará apresentando os mesmo sinais após a cirurgia.
- Lipoaspiração: eliminação de forma agressora das gorduras de uma determinada região do corpo. Esta gordura é consequência causada por uma má alimentação, distúrbio alimentar ou hormonal, se isto não for tratado, esta gordura voltará a ser depositada no local que foi retirada, pois nosso cérebro tem o mapa do nosso corpo e sentirá falta daquela "gordurinha", que foi retirada tão rapidamente e que não foi comunicado a Ele (cérebro). Seria muito menos arriscado tratar a causa com uma reeducação alimentar, massagem, exercício físico ou controle hormonal do que passar por uma cirurgia/receber anestesia!
Desta forma, em muitos casos, optar por um tratamento conservador adequado, realizado por um profissional competente e qualificado, é a solução mais inteligente. A não ser em caso de trauma direto (acidente), onde a cirurgia é a única solução imediata. Lembrando que durante a fase de recuperação é necessário o acompanhamento fisioterapêutico, e em alguns casos fazer o tratamento conservador antes da cirurgia ajudará no processo de recuperação pós cirúrgico.
A palavra chave é: bom senso.
