quarta-feira, 13 de julho de 2011

Gestos Econômicos e Ergonômicos

Texto: Philipe E. Souchard
Eu não dou uma entrevista para um público com muitas pessoas sem me ser questionado sobre como devemos nos sentar, deitar, levantar um peso. O que você pensa sobre a ergonomia? Esses problemas, portanto, intrigam suficientemente nossos pacientes para lembrar hoje quais são as respostas da R.P.G. Nenhum gesto pode ser feito de maneira perfeita e econômica se houver dor ou rigidez muscular. O papel dos mecanismos de defesa, que são automáticos, é de evitar qualquer tipo de inconveniente. Nós organizamos, portanto, nossa postura e nossos gestos de forma a evitar qualquer tensão
desagradável e muito menos qualquer forma de sofrimento. Assim, nós não sentimos a rigidez de nossos músculos normalmente, enquanto que essa rigidez
aparece imediatamente nas posturas da R.P.G. Se nós quisermos modificar um
gesto ou a postura sem resolvermos o problema subjacente, que é sempre à rigidez muscular, nós devemos então fazê-lo voluntariamente, o que seria uma tortura mental permanente. Assim vemos perpetuado o mesmo conselho
inepto. Para uma lombalgia crônica, certamente recomendam não mais se curvar para frente para levantar um peso, mas sim flexionar os joelhos e se levantar pelo trabalho do músculo quadríceps. Qual trabalhador vai se exigir durante todo o dia esse esforço consciente? Qual secretária irá manter todo o tempo suas costas retas na postura sentada se ela não é capaz de realizar isso automaticamente? Em uma dorsalgia você não irá manter a
posição decúbito dorsal durante o sono como é orientado. Esse tipo de conselho me faz lembrar aquelas meninas que usam mini-saias muito curtas e
que não param de abaixa-las. O bom gesto econômico só pode ser automático, dependente da nossa postura natural e da flexibilidade dos nossos músculos
estáticos. Só se resolve o problema subjacente por posturas de R.P.G. Fazendo a postura e o gesto indolor, econômico e isso tudo automaticamente.
No que se diz respeito à ergonomia, nossa posição é evidentemente
mais sutil. Obviamente que as cadeiras que permitem evitar a hipercifose
lombar, banquinhos estilo os de oração, que apóiam os joelhos, as carteiras escolares reclináveis, os bancos de carro com apoio lombar para manter a lordose são indiscutivelmente úteis. Mas há melhor a fazer. Toda a pessoa que não pode se sentar sem hipercifosar sua região lombar está com rigidez de seus músculos pelvi-trocantéricos. O alongamento em globalidade dentro de uma postura de fechamento do ângulo coxo-femoral permitirá que a pessoa se sente sem nenhum inconveniente em qualquer tipo de banco ou cadeira,
mesmo que este não seja muito funcional. Nem os acupunturistas, nem os homeopatas me contradizem, a agressão está em toda a parte, apenas um bom terreno poderá resistir.

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